Vale assina acordo com a Komatsu que visa desenvolver caminhões movidos a etanol e diesel
11 7월 2024 - 10:46PM
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A Vale assinou um acordo com a Komatsu que visa desenvolver e
testar, em parceria com a Cummins, nos próximos dois anos,
caminhões fora de estrada movidos a uma mistura de etanol e diesel,
como parte das iniciativas da mineradora para cumprir metas de
redução de emissões nos próximos anos.
O comunicado foi feito pela companhia (BOV:VALE3) nesta
quinta-feira (11).
Com o negócio, a Vale deverá ser a primeira mineradora do mundo
a operar com caminhões fora de estrada movidos a etanol no tanque,
disseram executivos das companhias. O objetivo é que, após os
testes, seja possível promover gradualmente a conversão dos
veículos hoje movidos apenas a diesel.
“Temos um grande desafio aqui, que é a substituição do diesel
nas nossas operações, tanto em minas quanto em ferrovias, e aí, no
caso de minas, os caminhões fora de estrada são os (equipamentos)
que mais emitem (CO2)”, disse a diretora de Energia e
Descarbonização da Vale, Ludmila Nascimento, à Reuters.
Ao longo dos próximos dois anos, o projeto chamado de Programa
Dual Fuel prevê o desenvolvimento, testes e implantação dos motores
movidos a etanol e diesel, fabricados pela Cummins. Apenas após
esse período, os novos motores passarão a ser operados nas
minas.
Atualmente, a Vale consome cerca de 1 bilhão de litros de diesel
por ano, sendo metade desse volume em mina e metade em ferrovia,
segundo dados da companhia.
Os caminhões adaptados utilizarão até 70% de etanol na mistura
e, com isso, a perspectiva é de uma redução nas emissões diretas de
CO2 de até 70% em relação aos veículos movidos somente a diesel,
disse Nascimento.
Conforme o programa, os caminhões deverão receber dois tanques,
um para etanol e outro para diesel, e a mistura de ambos os
combustíveis se dará dentro do caminhão, durante sua operação.
As emissões de diesel das operações de mina respondem atualmente
por 15% das emissões diretas de CO2 da Vale, de acordo com
Nascimento. Hoje, a companhia tem um total de cerca de 450
caminhões fora de estrada – com capacidade entre 75 e 400 toneladas
– em operação no Brasil.
A opção pelo etanol se justifica por já ser um combustível
adotado em larga escala no Brasil, com uma rede estabelecida de
fornecimento, destacaram executivos.
O diretor de Engenharia de Mina e Usina da Vale, José Baltazar,
explicou que a conversão dos caminhões poderá se dar no momento de
parada de manutenção deles, o que ocorre cerca de três vezes ao
longo de sua vida útil, de aproximadamente 100 mil horas
trabalhadas, ou 20 anos.
O vice-presidente da Divisão de Equipamentos de Mineração da
Komatsu, Ricardo Alexandre Santos, destacou que a aplicação da
tecnologia na frota já existente da Vale, sem a necessidade de
aquisição de novos caminhões, é uma medida que também contribui com
a eficiência no processo de descarbonização.
“Você vai fazer um retrofit no motor, você vai fazer um ajuste
no motor… você não precisa trocar o caminhão, quer dizer, é algo
sustentável em todos os lugares”, destacou Santos.
A Vale não informou o investimento previsto com o projeto, mas
ele fará parte dos aportes já anunciados de 4 bilhões e 6 bilhões
de dólares para reduzir suas emissões diretas e indiretas (escopos
1 e 2) em 33% até 2030. A empresa tem como objetivo zerar as
emissões líquidas de carbono até 2050.
Informações Infomoney
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