Americanas decide integrar sites e aplicativos do Shoptime e do Submarino à marca principal da companhia
03 7월 2024 - 8:55PM
Newspaper
A Americanas, em recuperação judicial, decidiu integrar os sites
e os aplicativos do Shoptime e do Submarino à marca principal da
companhia. A iniciativa faz parte da nova estratégia digital da
empresa, que tem a intenção de fazer de seu shopping virtual um
ambiente de lojas oficiais de grandes marcas.
Segundo a companhia, a decisão contemplou o alinhamento com a
nova estratégia de negócios, que foca em uma operação mais ágil,
rentável e eficiente. “A companhia ressalta que a integração
acelera seu plano de transformação e foco, oferecendo novas
possibilidades para clientes, parceiros, fornecedores, acionistas e
investidores”, diz a varejista em nota.
A marca Americanas (BOV:AMER3), sob a qual o Shoptime e o
Submarino serão integradas, carrega maior tráfego, volume de
clientes, lojas e lojas virtuais. A empresa reduziu
substancialmente seu comércio eletrônico após a nova gestão da
companhia adotar uma postura voltada para a rentabilidade. A visão,
daqui para frente, é que a operação digital deva ficar em cerca 20%
das vendas da companhia, ainda queimando um pouco de caixa nos
próximos anos. No passado, o braço virtual chegou a representar até
mais de 50% do negócio.
Na nova estratégia, segundo pessoas que participam do redesenho
do negócio, o esperado é que as mercadorias de terceiros
representem 95%, ou mais, das vendas digitais, com foco em lojas
oficiais de grandes marcas que são fornecedoras chave da varejista.
Os grandes lojistas, como Samsung e Nestlé, devem ser cerca de três
quartos ou mais do shopping virtual da Americanas.
No último balanço divulgado, que soma os dados dos primeiros 9
meses de 2023, as vendas digitais foram cerca de 29% do total da
varejista, com R$ 4,8 bilhões de volume bruto de mercadorias (GMV,
na sigla em inglês). Trata-se de uma grande mudança em relação ao
período anterior à crise na empresa. Na comparação com o mesmo
período de 2022, o resultado representa uma queda de 77% no
volume.
O encolhimento da operação digital é uma virada de chave
relevante para o negócio. Assim como na maior parte das varejistas
pelo mundo, a iniciativa era uma das maiores apostas do grupo, que
tem como acionistas de referência os bilionários Jorge Paulo
Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Em 2006, uma fusão entre a Americanas.com e o Submarino criou a
B2W, que foi listada separadamente da Lojas Americanas na B3 até
julho de 2021. Com dificuldade de se tornar rentável e com a
pressão do mercado para que a empresa integrasse as operações
físicas e digitais, a B2W foi então incorporada à Americanas
S/A.
Reformulação
Segundo dados de mercado que mesclam diferentes fontes de
pesquisa, a Americanas passou de uma fatia de 18% do mercado de
marketplace (modelo em que a companhia cede seu espaço virtual para
a venda de lojistas terceiros), para 2%, no período de 2020 a
2024.
Em recuperação judicial e após descobrir uma fraude de
resultados que maquiava uma queima de caixa gigantesca na operação
digital, a empresa já não teria condições de competir nesse
segmento. A ideia, então, foi buscar um formato parecido com o do
Tmall, do grupo chinês Alibaba, que abriga as lojas oficiais de
marcas relevantes. Nesse sentido, a Americanas tem buscado
fornecedores chave e oferecido a eles um novo tipo de contrato para
vender seus produtos diretamente ao consumidor, por meio da
plataforma da varejista.
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